sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Se indo aos pouquinhos...

Ela me disse que sente minha falta, porque nunca será como um dia foi.
Acontece que as coisas mudam, sem nem a gente perceber. Sem ao menos dar tempo de exigir uma explicação do destino.
Ela era a minha melhor amiga.
Não sei a partir de que momento ela passou a ser só mais uma amiga e também não tenho vontade de lembrar.
Sei que dói saber que mudamos. Ela mais do que eu, mas sei que ela JAMAIS admitiria isso.
É do tipo que gosta de jogar a culpa de tudo, em alguém.
Ela ainda é a minha amiga, ainda compartilhamos nossas vidas, mas agora não faz tanto sentido como antes.
Não tem toda aquela empolgação ao contar uma novidade, uma notícia boa.
Já não gostamos mais das mesmas coisas e a novidade se torna chata para ambas as partes.
Moramos à uma rua de distância, mas o que fica distante é o que tá aqui dentro. Estamos longe, mesmo sem querer... Sempre perto e sempre tão longe.

Quando nos damos conta, a saudade já chegou e não faz questão alguma de ir embora.
Acho que a amizade que acaba aos pouquinhos dói mais ainda. A cada dia se vai um pedaço, até chegar o dia em que o "oi" vai ser o único diálogo.

Não dá mais pra voltar. Mudamos demais. Quando os pedaços se esgotarem, restará cada lembrança dentro de mim e isso, felizmente, nada poderá apagar.

2 comentários:

  1. Como diz um amigo meu: "Crescer dói." Acho q é por aí, ver amigos se esvaírem grão a grão, como areia na ampulheta do tempo, deve ser umas dessas dores de crescer.

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  2. Dizem por ai que o mundo dá voltas. O problema das voltas é que elas nunca terminam como começaram. Todo mundo muda. De alguma forma, de algum jeito. As mudanças só são difíceis num primeiro momento. E concordo com você, a amizade que acaba aos poucos doí mais.

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